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O GLOBO ON - Carro ETC - Clássicos

por:Jason Vogel
Foto:Xavier van Hoogstraten

A peça mais difícil no quebra-cabeças da Volkswagen - é assim que uma agência de carros antigos na Califórnia anuncia um SP-2. Isso mostra bem o interesse que o modelo vem despertando nos aficionados por VW em todo o mundo. Criado em São Bernardo do Campo, o SP-2 foi produzido só no Brasil, entre junho de 1972 e dezembro de 1975. Da fábrica, saíram apenas 10.025 unidades.

Em 1971 a Volks vendia no Brasil duas versões do Karmann-Ghia: o tradicional (lançado aqui em 1962), e o TC, triste tentativa de dar novas linhas ao clássico modelo. Estavam longe de ser um sonho de consumo como o Puma, então no auge do sucesso.

Produzido por uma empresa independente, o Puma usava componentes mecânicos da Volks. A marca alemã então decidiu fazer seu próprio esportivo arrojado.

Esse foi o embrião do projeto SP. Uns dizem que a sigla quer dizer Sport Protótipo. Outro acham que o nome do carro veio como homenagem ao estado de São Paulo, único lugar do mundo onde o carro foi produzido.

A carroceria, com linhas ovaladas, chamava atenção. Só havia lugar para duas pessoas. O acabamento era requintado, com bancos e volante esportivos, além de muitos instrumentos. A parte mecânica vinha da Variant.

SP-2 A idéia inicial era vender duas versões: o SP-1 (com motor plano de 1.584 cc, emprestado pela Variant), e o SP-2 (com cilindrada aumentada para 1.678 cc). Pouco potente, o SP-1 mal entrou em produção normal. Já o SP-2 chegou em boa quantidades às concessionárias. O desempenho era apenas razoável, mesmo na época do lançamento. O carro acelerava de 0 a 100 km/h em 16,5 segundos e alcançava a máxima de 152 km/h. Pneus radiais 185x14 garantiam aderência e estabilidade maiores que o de outros VW.

O preço, Cr$ 29 mil, em 1972, era um pouco menor que o do Puma, mas correspondia ao dobro do valor de um Fusca 1300. As vendas sempre foram pequenas e não compensavam para uma grande montadora. Chegaram a ser exportados 681 exemplares. Em 1975, o fraco desempenho frente aos novos carros brasileiros estava se tornando mais visível. A Volks chegou a fazer um protótipo de SP-2 com motor Passat na dianteira, mas o carro nunca foi fabricado em série.

Depois de encerrada a produção, os SP-2 rapidamente se tornaram desvalorizados e caíram em mãos pouco cuidadosas, antes de serem mandados de vez aos ferros-velhos, no início dos anos 80. Os poucos que sobreviveram intactos hoje já estão se tornando carros clássicos, como o impecável exemplar do colecionador Júlio Christiano.



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